segunda-feira, 6 de setembro de 2010

FOR YOU

Moony, desculpa quebrar nossa política de intervalos mínimos entre os posts, mas é mais forte do que eu...



--x--


Eu lembro como você me olhava quando eu chegava em sala, atrasado, pra variar ( e, às vezes, me mandava mensagem perguntando se eu iria pro colégio ou dizendo que eu estava perdendo a aula do Bandeira). Caminhava em tua direção e sentávamos nos mesmos lugares todos os dias. Lembro de tuas unhas grandes, pontudas e quadradas. Lembro de ficar com raiva por não conseguir obter nenhuma informação antecipada através de suas expressões (inexpressivas). Lembro que teus seios marcavam na farda e isso era muito sensual, apesar de você não ligar à mínima. Lembro de te ver escrever – e essa é uma das coisas que sinto mais falta: as linhas do teu caderno eram pretas (não sei por que lembro isso) e se alguma parte do “Will” não lhe agradava você apagava folha por folha, explicando-me que não precisava apagar perfeitamente e que eu e tua mãe éramos muito perfeccionistas nesse ponto. Hoje eu fico em dúvida em como, de fato, devo apagar.

Lembro de como eu não queria estar com mais ninguém, de nossos segredos secretos, de nossa alma escancarada. Lembro do primeiro dia que te vi e, inexplicavelmente, da saia marrom que você usava e te fazia parecer, sei lá, diferente. Lembro de como estar com você parecia eterno até o dia que lembro que te abracei porque você iria partir, de te ver olhar para trás através do vidro traseiro do carro azul da tua irmã e depois de não ver mais o carro nem você nem nada.

E eu lembro, sobretudo, de nossas promessas, de nos darmos nossas liberdades, de brincar com tua orelha, da biblioteca e de te fazer ir pra coordenação. Lembro-me de não nos importarmos nem por um segundo, pois nós sabíamos de tudo. E, hoje, penso não saber de nada.


Setembro/2010 às 01:59

5 comentários:

La Vie disse...

Oi Pessoal, tudo muito lindo por aqui. Andei sem tempo para visitas, mas estou de volta...rs
beijo!

Muni disse...

filho da mãe.


(nem eu lembrava da história da borracha, haha. são esse pequenos detalhes que a gente só lembra qando vê de novo alguma referência, algo assim, que nos remete àquele tempo de novo, e aí parecem que nunca saíram da nossa cabeça de verdade. sei lá, tô divagando.)

(L)

Daniel Savio disse...

Um post com cheiro de saudade, mas por que não se encontrar para mata-la?

Fique com Deus, menino Rôh.
Um abraço.

Larissa disse...

Que lindo. Como a gente se sente vazios longe dessas pesoas tão lindas que passam pela nossa vida...
ando passando por isso, compartilho esses sentimentos.
adorei... e me emocionei.
bjs
;*

Vanessa Kayren Araújo disse...

Agora eu fiquei deprimida ~~
To indo embora daki, e parece que penso nas mesmas coisas com os meus amigos =/