sexta-feira, 28 de maio de 2010

See you in another life, brotha

Lembro-me claramente de não ter me interessado muito por Lost quando vi o comercial na televisão pela primeira vez. Um avião cai e os sobreviventes têm de viver em uma ilha cheia de mistérios e... Ah, ok, que chato.

Foi isso o que eu achei na hora. Mas assisti o episódio piloto realmente por acaso – estava fazendo um trabalho na sala e, quando começou, acabei vendo – e fiquei interessada. E quando eu paro pra pensar, vejo que tudo isso aconteceu há uns cinco anos.

Durante cinco anos eu esperei pacientemente – ou nem tanto – o episódio novo de cada semana. Além disso, havia um ano de espera entre cada temporada. Durante esses todo esse tempo, eu nunca perdi um episódio. Assistia-os duas, três vezes. E assim Lost foi se tornando parte da vida de todo mundo na casa, e assistir e esperar pelos episódios se tornou tão básico e essencial quanto saber a hora em que o jornal começa na televisão.

É até difícil falar de Lost sem revelar alguma coisa sobre o enredo. Mas o que eu posso dizer é que ter assistido o primeiro episódio por acaso foi uma das melhores coisas que já me aconteceram, de verdade. Porque em Lost não há apenas sangue, ficção científica, mistérios praticamente insolúveis e tensão. Porque Lost nunca foi uma série sobre uma ilha, mas sim sobre aquelas pessoas que caíram lá e foram forçadas a viver - e morrer - juntas.

Se alguém me pedisse uma indicação de série hoje, eu indicaria Lost. E essa mesma pessoa me perguntasse o porquê de eu estar indicando Lost, eu diria que é porque ela vai se apaixonar pelos personagens, cada um, sejam eles bons ou maus, e que ela vai descobrir que às vezes é difícil dividir as pessoas em apenas dois lados. Eu até diria que seria legal se ela assistisse devagar, sem “devorar” a série em poucos meses, porque Lost é algo que precisa ser digerido. Porque com o tempo você vai percebendo que por trás de todos aqueles mistérios e fenômenos – sobrenaturais e científicos – estão apenas vidas de pessoas, e que essas pessoas poderiam ser qualquer um de nós.

Desde a primeira temporada, Lost coloca uma lente de aumento nas relações entre as pessoas e nas possibilidades causadas por elas. E se você não tivesse entrado em uma loja num determinado dia? E se não tivesse atravessado a rua? Tudo isso influencia a vida de outras pessoas, por menor que seja, e vice-versa. Estamos sendo influenciados por essas pequenas decisões o tempo todo. Todos nós, afinal, estamos vivendo em conjunto.

O fim de Lost trouxe paz, acima de qualquer outra coisa. Acima de respostas para os mistérios, acima de soluções prontas e de fácil entendimento, depois de cinco ou seis anos de algo que nos fez pensar e nos identificar, Lost nos deu a paz de terminar de um modo digno, condizente com toda a qualidade que teve durante as seis temporadas. E não estou falando apenas de qualidade técnica. 

(mais sobre Lost aqui)

2 comentários:

O amor e etc. disse...

Qause chorei com o seu post sopbre Lost, muito comovente! hahaha
Eu sempre soube que eles estavam morstos! Sempre.rs

Daniel Savio disse...

Hua, kkk, ha, ha, tem amigo que disse que odiou o fim...

E no geral, está tudo bem com você dois?

Fiquem com Deus, menina Moony e Rôh.
Um abraço.