sábado, 23 de outubro de 2010

Rosa chiclete feelings

Como prometido, voltei (atrassadíssima, pra variar) pra falar sobre os personagens gays das novelas (apesar de que eu acho que realmente não tem mais ninguém lendo isso aqui, mas tuuuudo bem).

Bom, eu não sou exatamente um banco de dados sobre novelas, e minha memória  mais antiga de personagens gays na Globo vem de Mulheres Apaixonadas, de 2003. Pra quem não lembra ou não sabe, essa foi uma das únicas novelas dessa década de 2000 onde houve, de fato, um beijo. Ou, verdade seja dita, um selinho numa peça da escola, mas já é melhor do que nada. Houve em outra também, se não me engano em Senhora do Destino, mas olha que curioso: nos dois casos foram selinhos entre mulheres.

Então, essa história sempre foi um bocado contraditória. Se por um lado os personagens são estereotipados, por outro é até compreensível que essa inserção seja feitas aos poucos para o grande público. Os personagens gays, via de regra, ou são estão no extremo de ser o estereótipo clássico da bichona, ou estão no extremo de ser tão bem resolvidos na vida que a coisa soa falsa.

A novela que melhor pegou o drama real disso foi América, de 2005. Naquela época eu já estava começando a parar de assistir televisão, e só via a novela por causa do Júnior, que era o personagem do Bruno Gagliasso. Chegou até a ser gravada uma cena de beijo pra passar, se não me engano, no último capítulo, mas adivinha só? Não passou, né.

Para a aceitação ser maior, o gay às vezes (muitas vezes) é mostrado como o cara rico, feliz e bem sucedido, que tem lá o seu companheiro e não sofre preconceitos diretos. Em Paraíso Tropical (se eu estiver trocando os nomes, avisem) havia um casal que trabalhava num hotel. Eles não tinham uma plotline, não tinham nada, estavam ali apenas para mostrar que podiam co-existir com os heteros. *rolleyes*

Agora veja você que a Globo quis dar uma de polêmica nesse último Big Brother que teve e pôs lá um monte de mulheres bi/lésbicas e dois caras gays (um dos quais, drag). Agora veja você que depois de todos os pequenos escândalos para "dar visibilidade à causa", um deles, o Serginho, foi fazer quadro de "humor" no Zorra Total, parodiando a si mesmo com o tipo de piadas que não fazem nada pra ajudar a não denegrir a imagem. 

Dá pra entender que num horário façam essa "inclusão" e no outro a destruam completamente? Eu não entendo.

3 comentários:

Daniel Savio disse...

É algo complicado abordar o homossexualismo nouma sociedade tão conservadora (mesmo que ela pregue o contrario), simplesmente somos um povo de dois pesos e medidas, pois "socialmente" apoiamos uma melhor ótica da causa homossexual, mas no noss interior, achamos a coisa bizarra...

Desculpa pelo comentário raso menina.

Fique com Deus, menina Moony.
Um abraço.

Pedro Ricelly disse...

O Brasil é falso moralista em todos os assuntos. Fala da legalização da maconha pra ver u.u

Larissa disse...

como assim ninguém lê? O Status é demais hein!
Bom, acho meio hipócrita a abordagem a respeto do homossexualismo na TV. É dotado de moralismo, com um medo do que os espectadores vão achar, diferenciando-os até demais dos outros núcleos das novelas.
Agora nessa novela das 7 tem tbm um núcleo que fala sobre isso...

;*