quarta-feira, 15 de abril de 2009

Escrevo para não esquecer

Ter muita coisa pra fazer é bom porque te faz se sentir útil, e é ruim porque... Porque é ruim, oras. Eu adoraria ter mais tempo pra escrever, faz séculos que não escrevo mais que uma frase nova no Will, e os capítulos de Flores estão saindo numa velocidade mortalmente lenta... Dessa, na verdade, tenho mais alguns capítulos prontos (não se preocupe, Nay! xD), mas queria ter mais. Queria não ter que acordar tão cedo, não ter tantos trabalhos pra fazer, não ter um seminário pra apresentar em plena manhã de sábado...


E no meio dessa rotina alucinante, meu rim resolve se revoltar e me matar de dor, mas tudo bem... Eu supero. Podia estar na minha caminha, ouvindo The Kinks e DeVocthKa até enjoar, como um atestado de uma semana como álibi, mas tudo bem... Eu supero.


Enfim... há exatamente um mês atrás eu resolvi que escrever cartas pra mim mesma poderia ser uma boa idéia. Tá, eu sei que é um negócio meio estranho, mas também não tava muito afim de ficar conversando em voz alta comigo, então achei melhor escrever.


Eu não lembro quem disse essa frase “Escrevo para não esquecer”, mas seja lá quem for, estava certíssimo. Estou escrevendo para mim mesma coisas que não quero esquecer. Sei lá, eu acho bom fazer isso... Vai ver é terapia xD


Bom, vamos parar de tagarelar e ir pro que interessa... Vou postar o capítulo dez de Flores. Até o quinze tá tudo pronto, então ainda tem uma boa reserva... Enquanto isso, vou tentando continuar o Will pra postar também.


Esse capítulo dez, o onze e o doze, na verdade eram um só, escrito num momento raro de extrema inspiração (xD), mas como ficou muito grande eu resolvi dividir. Aos novos visitantes do .status quo. eu explico umas coisinhas sobre Flores e Ontens. Os veteranos podem pular essa parte xD


Pra não dizer que não falei de flores e Todos aqueles ontens são histórias que eu já escrevo há algum tempo e divulgo aqui no blog, publicando os capítulos. Eu costumo me referir a “Ontens” apenas por Will, que é o nome do personagem principal.


Pois bem... O Will é um projeto antiqüíssimo, tem uns quatro anos, e eu realmente pretendo que ele se torne um livro. Posto com menos freqüência porque os capítulos são beeem maiores que os de Flores, e por isso têm que ser divididos em pequenos pedaços xD


Flores, no entanto, eu comecei só pra me distrair e pra aliviar a tensão do Will, sem maiores pretensões. Mas como o pessoal tava gostando eu me empolguei e me dediquei mais à história. Como os capítulos são bem curtinhos, acredito que ainda vá durar bastante tempo xD


Acho que já deu pra perceber que alguns dos capítulos de Flores praticamente só têm diálogos. Eu não costumo fazer isso no Will, nem em contos, mas, sei lá, o Walter e o Rodrigo precisam desses diálogos longos, sabe? A atmosfera da história é diferente o_O



De qualquer forma, se quiser ler desde o começo ou algum capítulo em especial, tem um índice aqui na barra lateral. Be happy o/


Enfim, é isso... Antes do capítulo, um trechinho de O apanhador no campo de centeio, de J. D. Salinger, que terminei de ler nessa segunda. Falei um pouquinho dele no Oh! My Girls e falarei também no Etc, que ainda vai estrear... [surprise! xD]



"- Esta queda para a qual você está caminhando é um tipo especial de queda, um tipo horrível. O homem que cai não consegue nem mesmo ouvir ou sentir o baque do seu corpo no fundo. Apenas cai e cai. A coisa toda se aplica aos homens que, num momento ou outro de suas vidas, procuram alguma coisa que seu próprio meio não lhes podia proporcionar. Ou que pensavam que seu próprio meio não lhes poderia proporcionar. Por isso, abandonam a busca. Abandonam a busca antes mesmo de começá-la de verdade. "


Ok, chega de enrolação:


Capítulo 10 – Pré-aniversário


Era novembro e faltava uma semana para o meu aniversário. Walter me perturbava todos os dias me perguntando o que eu queria ganhar, mesmo que eu já tivesse respondido vinte vezes. Eu estava ansioso pelo recesso de Natal e Ano Novo, pois o ritmo na faculdade estava começando a aumentar, mas ainda estava longe... Um pouco de descanso seria ótimo. No momento, estávamos tentando relaxar debaixo de uma árvore do campus. Eu adorava ficar debaixo de árvores.


- Rô...


- Se você perguntar de novo o que eu quero ganhar, eu não respondo por mim!


- Ei, calma! Não era isso, não. – ele respondeu, rindo.



- Hm... Que bom.


- Escuta, porque a gente não sai nesse fim de semana?


- Pra onde? – perguntei, apreensivo.


- Pra qualquer lugar, oras. Um barzinho, um cinema, sei lá. Preciso descobrir do que você realmente gosta.


Concordei, tentando segurar meu sorriso bobo. Walter era fofo mesmo quando não queria. Eu queria ficar mais perto dele, mas não parava de passar gente de todos os lugares. A maioria se dirigindo ao R.U. Com uma pontada de desgosto, vi Lucas passando também. Pro meu alívio, ele não nos viu ali. Mas Walter viu.


- Ele nunca mais falou com você? – ele perguntou.


- Não. – respondi, adorando o tom de ciúmes da sua voz.


- Hm... Que bom.


O assunto morreu aí. Nos levantamos, morrendo de preguiça, para abastecer nossos estômagos famintos. Walter estava com uma cara de poucos amigos que não me agradou nem um pouco. Discretamente, segurei sua mão.


- Não precisa ficar assim.



Ele não respondeu. Continuamos andando, e nossas mãos se soltaram naturalmente. O R.U., como sempre, estava lotado de estudantes e do barulho que eles faziam. Eu odiava, mas era o lugar mais próximo e mais barato que tínhamos para comer.


- O que vai querer fazer no seu... – ele começou quando entramos na fila.


- Nem termine essa frase!


- Você disse pra eu não perguntar o que queria ganhar; eu tô perguntando o que você quer fazer, é diferente!


- Ah... Bom, eu não sei.


- Pois vai pensando aí, quero uma resposta concreta até terça.


- Você não tá se achando muito mandão, não? – reclamei, lhe dando um tapa nas costas.


Walter se virou e me lançou um olhar que derreteria todas as sorveterias da região. Ele parecia dizer “é-mas-você-adora”. Tudo bem, eu adorava mesmo.


- x -


Na noite de sábado Walter foi me pegar em casa pra gente sair. Meus pais estavam felizes por eu estar, finalmente, tendo “amizades saudáveis” e não ficar mais entocado em casa. Mas também, Walter era naturalmente cativante, não tinha como não gostarem dele.


- Minha irmã tá usando o carro, a gente vai ter que ir de ônibus mesmo. – ele explicou, enquanto caminhávamos até a parada.


- Tudo bem. E pra onde a gente tá indo, exatamente?


- Bom, pensei no básico: cinema-pizza-boate.


- Walter, olha pra minha cara e diz se eu pareço querer ir a uma boate.


- Eu sabia que você ia dizer isso... Tá, corta a boate. Mudando de assunto – ele começou algum tempo depois, quando chegamos à parada de ônibus. – Elas vão embora semana que vem.


- Sua mãe e sua irmã?


- É. Viu só como é um complô: as duas vão na mesma semana!


- Deixa de ser dramático.


Nesse momento o nosso ônibus chegou. Fomos a um shopping ali perto mesmo, e ele tentou me fazer sentar lá nas últimas fileiras da sala de cinema, mas consegui arrastá-lo até as cadeiras centrais.


- Aqui dá pra ver melhor.


- Hm... Sei. – ele falou, contrariado.


Ainda assim conseguiu me roubar alguns beijos assustados. No fim das contas, mal entendi o filme e saímos da sala com uma cara de “fiz-algo-constrangedor-mas-não-quero-que-niguém-perceba” que metade do shopping deve ter notado. Até porque ele não parava de rir.


- Cara, se controla. – reclamei, começando a rir também.


Por fim fomos a uma pizzaria perto dali, porque ninguém merece uma praça de alimentação cheia de crianças gritando, funcionários ansiosos tentando lhe fazer engolir cardápios e música ao vivo deplorável.


Walter estava sendo um amor. Fiquei imaginando o que ele faria no meu aniversário, já que aquela noite estava sendo ótima. Como que lendo meus pensamentos, ele disse depois de pedir a pizza de atum:


- E aí, já pensou no aniversário?


- Você disse que eu podia responder até terça. Não me pressione.


- Tá bom...


Olhei pros lados, contemplando a decoração do lugar, que era muito aconchegante. Havia uma lareira acesa a um canto, a iluminação era amarelada e as mesas distantes umas das outras garantiam uma certa privacidade aos seus ocupantes.


Quando saímos de lá a noite estava fria, e a idéia de ainda ter que pegar um ônibus provavelmente lotado não era nem um pouco animadora. Walter passou um braço pelos meus ombros, me trazendo mais pra perto de si. Assim estava melhor.


- Eu gostei da noite. – ele comentou.


- Eu também.


Continuamos andando, sem falar mais nada. O ônibus estava um tanto lotado mesmo, mas conseguimos ir sentados. Chegando ao ponto da minha casa, me despedi de Walter e desci, num estado de quase sonho.


- x -


Terça-feira. Eu não tinha pra onde correr.


- E então? – ele perguntou, sério.


- Ah... Escolhe.


- Hã?


- Escolhe.


- Você faz suspense por dias e dias só pra me dizer pra escolher um lugar?


- Ah, Walter! Você sabe escolher melhor do que eu. Eu pensei, mas não consigo decidir nada que já não tenhamos feito.


- Hm, então você quer algo que ainda não tenhamos feito... – ele pescou, adquirindo um ar pensativo.


- Ei... calma aí.


- Qual é, Rô... não vou te atacar, não.


Baixei a cabeça pro meu caderno, corando. Será que ele não podia ser menos direto?


- Bom, pense aí. Você ainda tem dois dias.


- Ah, legal. Agora sou eu que tenho prazos.


- É, sim. E vê se escolhe algo bom.


- A-haaa... Quem é o mandão aqui? Hein, hein, quem é? – ele começou, me fazendo cócegas.


- Ai! Pára, seu chato!


Acabei desabando em cima dele. A sorte era que estávamos no seu quarto, e não na faculdade, na frente de todo mundo. Depois de alguns beijos me levantei rapidamente, sendo acompanhado pelo olhar de Walter. Seria desejo o que tinha nos seus olhos?


- Hã... Quando sua mãe vai embora? – perguntei, desviando o olhar. Ele riu. – Que foi?


- Você fica lindo quando tenta mudar de assunto assim.


Passamos alguns segundos num silêncio estranho. Era a primeira vez que ele me dizia algo assim. Era uma sensação boa, apesar de um pouco constrangedora.


- Ela vai na sexta. A Márcia vai no domingo. – ele emendou, para desfazer o silêncio.


Márcia era a irmã dele. Eu a tinha umas duas vezes, de relance. Eles tinham em comum o cabelo meio cacheado, mas ela tinha um arzinho irritante que preferi não comentar com Walter.


- Vem pra cá na segunda.


- Tá. Eu já vou agora, tá ficando tarde.


- Ok.


Nos despedimos com um beijo caloroso que não podíamos aproveitar em nenhum outro lugar. Com alguma dificuldade, saí dos braços dele e fui embora.



-----


C'est fini [por enquanto]


Até mais!


P.S.: Me rendi ao Twitter ¬¬

14 comentários:

Larissa disse...

kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Moony, nem li seu post ainda, afinal são quase meia-noite e minha vida tah uma correria, mas passei pra responder tua declaração de amor. Acho que tenho escrito esse trecho em tudo: orkut, cadernos, agora no blog... no meu livro Encontro Marcado está lá sublinhado^^

No fim de semana, ou até antes, passo por aqui pra te ler mais^^


P.S Há um tempo que acho o encontro marcado a tua cara^^

;**

.ana disse...

aieee, preciso muito ler O apanhador no campo de centeio. agora tu criaste um necessidade em mim!
:S

e escrever coisas de ti pra ti mesma com certeza é uma forma de terapia. [mas tão bom poder se auto-ajudar, não? tb faço dessas...]

bjos!

Nay Maiaa disse...

Sabe o que eu descobri??? que tem um outro site, e lá, os capitulos chegam ao 15 (que por acaso eu já li tudo, e entro de 1 em 1 hora pra ver se já tem o 16!! hehe), só nao comentei pq tem q criar uma conta e lálálá...

que coisa não??

ps: adoro o modo como escreve: indescritivel e fantastico!!
ps2: toficanfo viciada no seu blog!!

Mah disse...

enrolei mais deum mês pra ler Flores mas acabei lendo elevei um susto, pensei q fosse ser um conto hétero dessa vez kkkkk
mas tenho meu lado yaoi :T mto adormecido, mas tenho
to adorando flores *-* e o todos aqueles ontens tbm

ah, acabei de ler um livro q achei a sua cara O jogo do anjo :}

Glenda disse...

Aie, eu adoro ta aki, mas sem pc em casa, e não tendo tempo não posso ler@@

Queria dar oi!
Beijoss

Anônimo disse...

moony,
ah... deixa de bobeira menina...
e se entrega logo
a esta paixão!
e ame, ame mto!
só isso realmente vale a pena
!
bjo

Nay Maiaa disse...

Monny,

vi que você botou o capitulo 16 no Nyah!
adorei saber que tem mais...(só nao consegui abriir a pagina, volta pro 15..hehe)

acho q to me acalmando, ão suas são seus contos...

bom fim de semana moça!

O amor e etc. disse...

Também queria ter mais tempo para mim, quero me livrar logo dessa brigação de estudar todo o santo dia mais que 12h por dia as vezes.
Quero um tempo para descansar imediatamente.
O que houve com o seu rim?

Larissa disse...

Agora li seu post! E gosto demais do Flores *-*...

ihhh estou vendo que esta como eu, sem tempo!!! ¬¬'

;**

Caio Santiago disse...

Isso de passar muito tempo ocupado é bom, mas também tem o lado negativo, claro.
Uma época minha vida foi assim, sem tempo pra nada, nem pra pensar, ou melhor, principalmente pra pensar.
Quando você se ocupa demais, suas atividades tomam conta de você, e você passa a ser levado por elas, como em shows com muitas pessoas, que você nem encosta o pé no chão, e vai sendo levado pela multidão... Mas enfim, sem tempo disponível, você também não tem tempo pra ficar triste, entrão pra curar fossa, não existe coisa melhor do que se manter ocupado =)
Beijos e bom final de semana!

Unknown disse...

sempre teremos algo para fazer neee

RafaelGuimaraes disse...

eu prometo ler isso amanhã. O__o
tô passando só pra ver como tá.
^^
meu estado não possibilita eu passar mais tempo acordado. (vinho)

hahahahahaha xD~

Pattinha disse...

eu adoro dizer isso, que escrevo para nao esquecer, mas é tão verdade, sabe-se lá o que ser;a de mim e do mundo amanhã, se esiver escrito em algum lugar quem sabe eu vivo mais.


beijo*

Daniel Savio disse...

Eu falo comigo mesmo, apesar de ser através de pensamentos, mas tem hora que escapa, ai o pessoal fica olhando para a minha cara com ar de espanto...

Hua, kkk, ha, ha, brincadeira com um fundo de verdade.

Ficou maneiro o texto...

Fiquem com Deus, menina Moony e menino Rooh.
Um abraço.