terça-feira, 27 de maio de 2008

Sempre me disseram que eu tinha cara de psicopata.

A frase acima é (ou pelo menos era pra ser) a primeira frase de uma tentativa de mangá que eu fiz, mas deixa pra lá... xD

Bom, a maioria das pessoas que lerem esse post (como se fossem muitas! ô ilusão) não vai entender bulhufas do assunto, mas vou tentar dar uma explicada geral...

O Will é um personagem que essa criatura aqui que vos fala criou há anos e anos atrás. E eu escrevo e reescrevo a história dele desde então. Não sei se vai terminar um dia (xD), mas é minha "válvula" de escape, talvez até um alter-ego xD

Vou publicar aqui um trecho da Parte III - Prelúdio para um encontro, que escrevi um dia desses. É só um rascunho, então não liguem para os possíveis erros de gramática.

Só esclarecendo esse trecho:

1- Eu costumo escrever em primeira pessoa, sempre. Mas dessa vez resolvi experimentar em terceira pessoa pra ver como ficava. Acho que não ficou muito ruim xD

2- Nessa parte Will, que é professor, está casado e tem um amante, que, por acaso, é um de seus alunos (xD). É, eu sei, é bem clichê... >.<"

3- Essa história é yaoi/shonen-ai/gay/homo/mxm ou seja lá que nome você prefira. Se não quer ler, nem chegue perto, mas não reclame que não avisei!

Tá, vou parar de enrolar...

Parte III - Prelúdio para um encontro (Fragmento)


O rapaz adormecido em seus braços respirava tranquilamente. Na mesinha de cabeceira repousavam três ou quatro miosótis quase murchos. Porque ele dera miosótis ao rapaz? Porque supor que eus gostos eram iguais? Talvez fosse essa a necessidade que lhe obssecava; a de encontrar um igual, de que rapazes representassem fielmente a sua própria juventude perdida.

Não suportando mais esses pensamentos, ele se levantou e foi até a cozinha. De repente se deu conta de que aquela não era a sua casa. Mas ele se infiltrara ali; aqueles eram seus livros, suas flores, seus filmes, suas roupas jogadas no sofá. Ele se metera na vida de outra pessoa por pura obssesão.

Voltou ao quarto, devagar, para não acordar o outro. Vestiu-se, procurou o maço de cigarros e saiu para a rua. Ali sentia finalmente algum alívio. Já não estava mais enclausurado naquele apartamento em que ele tentara, inconscientemente, amar sua própria imagem.

Aquele garoto dourado de olhos claros, tão doce, que gostava dos livros e das flores que ele trazia, quem mais seria a não ser ele mesmo há quase quinze anos? O que ele buscava nesse garoto, afinal? Apenas a si mesmo, os anos que perdeu. Ele o faria sorrir como nunca lhe fizeram. O faria feliz, lhe ensinaria as coisas que não sabia quando tinha essa idade. Seria o pai e o amante.

Pensava nisso a cada tragada. E quando echava os olhos via aquele corpo jovem envolto apenas em fumaça (1). Aquela mesma expressão inocente de um anjo enquanto dorme. Abriu os olhos; mais um suspiro esfumaçado. Sentia alta da doçura daquele rapaz. Dos olhos suplicantes de amor. Dos beijos ternos, que pareciam dizer "como você é bom pra mim". Do calor do corpo dele.

Não podia estar amando aquele rapaz. Seu coração estava trancado a sete chaves já havia muito tempo. Fechara-se no momento em que lhe disseram "eu te amo". Estranho, sim. Ele decidira abandonar o amor quando percebeu que sofria a eterna solidão do ser que é amado e não ama. (2)

- x -

- Will!

Justin lhe chamava, da sacada do apartamento. Começara a chover, mas ele não tinha percebido. Lentamente, como num sonho, entrou no prédio e pegou o elevador.

- Porque você saiu na chuva?

- Não estava chovnedo quando saí.

O rapaz ia perguntar mais alguma coisa, mas foi calado por um beijo.

- Dorme mais um pouco. - Will sugeriu, deitando-o na cama desfeita.

- Pra onde você vai?

- Pra cozinha.

E foi. Fez café e depois voltou ao quarto. Com a xícara na mão, sentou-se na beirada da cama para ver seu garoto dormir. Tirou-lhe uma mecha de cabelos da testa, e ele abriu os olhos mais uma vez.

- Café?

- Não.

Will terminou seu café, pôs a xícara na mesinha, e beijou seu garoto novamente. Deitou-se ao seu lado, sob os mesmos lençóis. Pouco tempo depois tinha, mais uma vez, aquele corpo quente e jovem sob si. Mais uma vez chamando seu nome entre beijos e sussurros sôfrregos, na escuridão daquela madrugada úmida e fria.


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(1) Descarada alusão ao verso de Gorki (Visto-te apenas com a fumaça do meu cigarro)

(2) Verso da música Filho Único, de Cazuza.

3 comentários:

Anônimo disse...

Adoreiii
continua postando que eu continuo lendo
kkkkkkkk

ta muito show...

parabens

=*

Mya*

Unknown disse...

muito massaaa
Ka
eu vou te MATAR
se tu não me mandar o Will
na próxima carta!
beijos
ta ótimo ..
^^

Anônimo disse...

vanessa morra de inveja
to lendo o will diariamente
a ka é brilhante